Estou extasiado.. Há semanas que acompanho e tento formular algo a respeito do que acontece nesse momento ao nosso redor.. e até agora não me acho em condições para me expressar.. continuo refletindo a respeito e sigo perdido, arrebatado.. Mas me ousarei, tentarei..
Sigo perplexo.. Ao deparar, por exemplo, com discursos muito oportunos, mas incondizentes com os praticados.. Como os de que parecem que querem aproveitar a oportunidade para refletir e agir.. Ainda assim, hesito..
Não sou nenhum paladino, e, sim, já desrespeitei, traí, pessoas que me confiaram respeito.. Até hoje me arrependo.. aprendi com as oportunidades, e tento ser melhor, a cada momento.. Mas aprendi, isso desde cedo, que não preciso subordinar meus princípios a interesses momentâneos¹..
Movimentar-se, até difícil não é.. Quero ver manter-se em pé.. Sem deslizar-se entre o que diz e o que é..
Até quando manteremo-nos fora de um equilíbrio?? Será que precisamos esquecer o outro para se encontrar melhor??
"letargia nunca mais.."
Estou também excitado.. Acreditando que, de forma geral, queremos mesmo muito mais.. muito mái meió dí bão.. E apesar de perceber uma crueza em boa parte, nada melhor que aproveitar o fervor para 'cozer'.. Não esquecendo as urnas que seguem, mas enfrentando as ruas para se posicionar.. Afinal, numa democracia, todas pessoas deveriam, ao menos, poder serem ouvidas.. Apesar de, infelizmente, nem todas que se fazem presentes, sejam consideradas.. Quando, não, desrespeitadas.. nas ruas, manifestadas, ou não..
Acredito, sim, num ato de paz.. não, necessariamente, beato.. mas de respeito.. Afinal, o que peço, Eu, pelo menos, de forma geral, é isso.. Respeito.. Não dá para aceitar qualquer gororoba de política², mesmo.. Precisamos saber viver e cobrar politicamente.. E, parece, estarmos aprendendo.. (Será?!) Espero.. Animado..
"a maior arquibancada do Brasil.."
Eu que sempre gostei de discutir política, estou, como já disse, numa mistura de excitação e êxtase.. Vendo e sentindo, o que consigo, nas ruas, de que podemos, sim, ter o interesse em política.. Que podemos, também, compreender e questionar os meandros da política.. Apesar de assumir que ainda falta algum amadurecimento de idéias, muitas vezes.. Mas nada que não seja, felizmente, rapidamente, superável.. se quisermos..
E assim, sigo.. Rindo.. de alegria e sarcasmo.. Sarcasticamente, ao ver as pessoas tentarem tirar proveito, oportunamente, da situação.. Ainda mais quando tentam, ou nem, entender o fluxo de informações que move esse momento.. Como de alegria, ao sentir que outras tentam aproveitar a oportunidade do momento para se movimentarem.. para aprender e participar de nossa 'democracia'.. Calar a boca, nunca mais!!
Ainda espero por outros prometidos, mas esse, (in)esperado, talvez, possa ser o maior legado do momento.. e imagino a festa..
Espero que te tire um sorriso de alegria, e não só de sarcasmo.. Mas de qualquer forma, o que acha?! Encara tentar se, e nos, equilibrar também?!
Devo confessar que minhas paixões são compartilhadas com ti, minha amante, amada..
Por preferir aproveitar intensamente cada relação, sigo amando-a.. Preferindo não esperar datas para expressar meus amores e sentimentos.. Vivenciando cada momento intensamente, apaixonado por ti.. Obrigado por cada momento de alegria e felicidade, que proporciona enquanto presente.. Obrigado e muita luz, felicidades pra nós.. Vida.. Espero que continuemos nessa intensa viagem..
Felizmente, essa seção**não demorou a se inaugurar.. Prazerosamente, com as palavras de um amigo..
Desgovernadamente, como esse espaço será.. Ainda não sabe quando retornará.. Só, espera-se, não demorar..
Ressaltando, que como expressão.. Só a palavra não bastará..
Mas deixemos de enrolação..
"expressemo-nos.."
______________
MOMENTOS
quando o espaço perde o tempo no solo do jazz, improvisado em uma garrafa PET e sacola plástica em quermesses francas de movimentos iluminados de uma geração asfáltica, que perde e encontra as saudades de uma nostalgia que já nem existe pois eles, estão movendo-se em conjunto em blocos de oito em oito dividindo mates e livros com irmãos que estão já longe cooperando com o pensamento crítico – como anjos permutando experiências com andar meio torto porém sincero, e aí está: a qualidade de quem se move. ______________ *Nícolas é vadio e sedentário..
Sou politizado. Não dono de
verdades, mas ciente da minha politização..
E isso se deve a minha,
feliz, influência, principalmente, paterna..
Lembro-me de noites em que
nem teria idade para estar acordado, mas escondido pela casa, ouvia
meu pai discutindo política com seus pares.. enquanto minha mãe,
além de discutir, ouvia (sentia) a mim.. e me pedia para dormir..
por vezes ia.. em outras só fingia, e lá voltava..
Também lembro-me, já mais
crescido, discutindo com meu pai sobre a importância do voto.. que
para ele, como para mim, seria um dos grandes atos da democracia.. e
por isso, pra ele, seria uma falta de responsabilidade cívica caso
alguém se isentasse neste momento..
Por aí, não acho
necessário aprofundar a respeito da movimentação que vivenciei em
minha própria família para que encarasse essa minha politização..
Apenas mais um ensinamento
vindo dele, meu pai, que sempre nos questionava sobre a repulsa pela
política, com uma 'simples' questão, mais ou menos, assim: "E
a disputa política diária, corriqueira e cotidiana, ao encarar cada
conversa ou manifestação coletiva como uma disputa de forças, em
que de alguma forma nos posicionaríamos a respeito de algo?"
Diante de tudo isso, cresci
e me formei.. gostando, muito, de política..
De política.. não da
política..
Não
vejo porque seja um tabu assumir uma posição ideológica, mesmo
cívica..
E assim não acho tão
difícil escrever sobre o que gostaria, que foi minha opção pela
isenção..
Não pelo desprendimento
moral ou desinteresse; ainda menos, pela vontade de me eximir de uma
responsabilidade ou do cumprimento de uma obrigação, encargo ou
ônus..
Mas pela esquivança em
amor.. pelo desdém e desprezo da política..
Não de política.. mas da
política, que pra mim seria (aliás, deveria ser) diferente..
Como já deixei entender em
outra postagem, resido, atualmente, em Caxias do Sul..
Mas cumpro com minhas
'funções cívicas', como gostaria de falar meu pai..
Algumas, como a do voto,
ainda em minha cidade natal..
E por conta de
responsabilidades pessoais da época..
Não votei no primeiro turno
passado..
O que não me isentava de
discutir a respeito do processo e movimentação por qual
passávamos..
"atuação positiva"
Na época, além das
discussões presenciais, participava de um grupo de discussão
virtual..
No caso, discutindo a
candidatura de Marina, mas, principalmente, uma nova política..
E é dessas minhas
participações, que extraio boa parte do que agora vou
(re)escrever.. No segundo turno, eu me
isentei.. anulando meu voto..
E achava, eu, humilde mas
não solitariamente, que a Marina, deveria também..
Ao menos publicamente.. por
antes ter se posicionado como fez..
E que poderia ser o momento de reforçar sua distinção política,
apregoada..
Não
deveria, como parece ter feito o partido que a sustentava, preferir
se conjugar com algum deles, apenas, para participar de algum
governo, ganhar ministério, cargos, ou o escambau..
Bom apenas para o poder..
Mas é que não via na Marina
ou em seu movimento apenas uma vontade, desejo, de mudanças em
relação a programas que são essenciais, SIM, para nossa educação,
sustentabilidade, saúde e tantos outras condições básicas de um
regime democrático.. Programas que compõem um governo, que deveria
estar em contato e em prol dos governados, e não dos
governantes..
Tive um sentimento de que havia um desejo de
reaproximação e valorização dessa relação, de que nos
posicionávamos a favor de uma política diferente.. Uma via que não
condissesse com a velha (mas, infelizmente, em vigor) relação de
poderes por interesses alheios que não os públicos, com suas mais
variadas diferenças e necessidades, mas sim, os particulares,
privados..
Respeito o desejo de alguns, e acho legítimo se
posicionarem a favor de um ou outro partido, se o intuito for ver
algo melhor em curto prazo, nos programas que guiarão nossas
vidas..
EU continuarei posicionando-me a favor de uma
política mais sadia, justa, honrada, transparente e aberta.. Pois
não vejo como mexer tão drasticamente (necessário! na minha
opinião) nas partes que compõem o todo, se não entendermos a
regência dessas perante o todo.. E das pessoas que nos regem estou
FARTO! Não me posicionarei a favor de NENHUM deles..
Como devem saber, Marina se
posicionou, novamente, contrária a política vigente e se lançou
junto a um movimento que, teoricamente, pretende sacudir as
estruturas estagnadas para nosso malefício.. dinamizadas a favor
da sustentação de um poder simbólico, mas muito poderoso..
E apesar de não confiar na
história de vida de todas as pessoas envolvidas nesse movimento,
seja por desconhecimento ou mesmo por muita informação
contraditória, continuo acreditando que ela, e esse movimento,
podem representar um dos marcos de nossa política, como quando
saímos de uma ditadura militar para uma política fadada ao
fisiologismo, na busca de uma democracia plena..
Será que um dia teremos essa
felicidade jamais
alcançada?
"falsa democracia"
"Tudo se discute nesse
mundo. Menos uma única coisa que não se discute. Não se discute a
democracia! A democracia esta aí, como se fosse uma espécie de
santa no altar. De quem já não se espera milagres. Mas está aí
como uma referência. Uma referência: a Democracia. E não se
repara que a democracia em que vivemos é uma democracia
sequestrada, condicionada, amputada. Porque o poder do cidadão, o
poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política, a tirar um
governo de que não gosta e a por outro que talvez venha a gostar,
nada mais! Mas as grandes decisões são tomadas numa outra esfera!
E todos sabemos qual é.."
Essas foram algumas
palavras de José Saramago quando discutia a democracia mundial, mas
que tomo emprestado para repensarmos nossa realidade..
Será
que queremos nos manter afastados das decisões e da esfera que nos
direciona?
Será que limitando-nos a discutir sobre tirar ou
colocar uma ou outra pessoa, estaremos discutindo nossa democracia, condição
sine qua non para melhoras reais, programáticas e
estratégicas?
Espero que Marina realmente seja a pessoa que
me cativou.. Que além de digna, coerente, transparente, discorde
das regras do jogo, posicionando-se a respeito.. E nesse momento,
além de estimular que as
pessoas votem em qual candidato lhes convir, sem precisar
demonstrar sua opinião
própria, que mobilize as pessoas a repensarem nossa
democracia.. Para demonstrar que mesmo afastadas do jogo sujo da
política, podemos nos aproximar de nossas vontades e desejos de
melhorias.. Que temos canais, não tão utilizados, e que queremos
nos fazer ouvir ao longo dos quatro anos.. Que não precisamos cair
no ostracismo e esquecimento até a próxima vez que precisem que
escolhamos a próxima pessoa a governar..
Não acho que ela seja a única
pessoa na política que seja assim como pintei!. Mas dentre as que
pediam pelo meu voto, infelizmente, me pareceu.. E, portanto, EU
anulei meu 2º tuno.. e se precisar, anulo novamente..
Prefiro, EU!!, votar nulo
consciente, do que vender minhas posições ideológicas..
Primeiramente,
por entender que não nos calaremos por quatro anos por termos nos
anulado nesta decisão.. contrário.. podemos mostrar nossa
indignação para, espero, podermos cobrar ainda mais de qualquer
pessoa que lá estiver.. Afinal, ela governa pra TODOS!!!! E não pra
quem lhe preferiu..
Mas, também, por não me
acomodar e/ou simpatizar com oportunismos políticos..
Muito já li sobre uma
oportunidade de impor uma agenda a favor dos nossos princípios,
infelizmente, na maioria das vezes, requisitando cargos, favores, ou
qualquer posição política.. Continuo achando um fisiologismo
barato..
"Bem assim.."
Na época das discussões, até
a religião foi citada, na tentativa de me contradizer..
Colocando-me como um covarde
que não herdaria o tal reino de Deus..
Mas EU prefiro pensar em nossa
vida aqui na Terra e as consequências que nossos atos acarretarão
aqui, pois aqui EU sei que penarei.. e, assim, busco mensurar
as consequências reais (não divinas) dos meus atos.. e para MIM, o
voto neutro não é omisso ou conivente.. pelo contrário.. nos
deixa na condição de criticar ambas partes abertamente.. pois,
reforço, não estamos definindo se nos calaremos pelos anos
seguintes ou não..
Prestei meu voto de
insatisfação perante a situação.. e aí continuei minha vida..
cobrando de todos, e não só dos políticos, que nossos atos sejam
compreendidos e pensados a partir da realidade palpável.. e não de
preconceitos, demagogias políticas, fisiologismos, ou mesmo,
convenções divinas..
Não sou, apesar de parecer,
contrário as religiões.. Acredito que CADA pessoa deva encontrar
e acreditar no que lhe conforta e dá sentido a vida..!! No MEU
caso, prefiro nos ver sozinhos, "donos" e responsáveis
por esse mundão, e por esse Brasilzão.. e sendo assim, pensar
dessa forma que coloquei..
E não pense, por isso, que
não cultivo minha espiritualidade..
Mas discutamos o Brasil..
Já
perdemos
muito com esse fisiologismo!!
Na MINHA opinião, já
'esperamos' demais, deixando esses políticos, acordos, alianças, e
corja dominar.. e ESSA é hora de fazermos diferente.. não
esperarmos mais.. Não esperarmos para mostrar que pra se fazer
política não se precisa participar desse jogo.. Mas sim,
motivar a sociedade em prol de causas que acreditem!! Não de
oportunismo!
Devemos ressaltar a
importância de se pensar uma nova política, e não em personagens,
cargos, favores, amizades, ou seja lá o que, que não os interesses
das pessoas deste País.. Que, felizmente, não é feito apenas por
pessoas desonestas, desrespeitosas ou omissas perante suas
responsabilidades com os ambientes sociais, naturais, culturais,
religiosos, políticos (por que não?), ou seja qual for, por quais
passar ou transitar pela vida..
Sei que essa minha reflexão é fruto de minha movimentação
pessoal e, principalmente, pela oportunidade de educação que
tive.. e entendo que enquanto não tivermos uma educação de
qualidade para todas as pessoas, não será fácil a convocação de
participação..
Mas tenho plena certeza, também, de que não estou sozinho nesse
jogo..
Vamos deixar de, apenas, votar para participar?!
Felizmente, estamos num país livre e democrático, portanto:
Bom voto, participação política e felicidades nessa
vida!!
Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são. Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir. "Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até o fim do mundo". Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o princípio, é o nosso conceito do mundo. É em nós que as passagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para quê viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e género das minhas sensações? A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos. Bernardo Soares (Fernando Pessoa) em Livro do Desassossego
Sou
Corinthiano. Apaixonado. Mas
calma, que este texto não pretende te transformar num(a).. Nem
me colocar como mais ou menos apaixonado que você.. Corinthiano(a)
ou não.. Apenas
versar a respeito de algumas movimentações, pessoais e coletivas,
motivadas e proporcionadas por essa paixão.
Sempre
gostei, e continuo de uma boa e saudável discussão a respeito de
futebol..
Principalmente
as fervorosas.. Mas sem desrespeito.. Talvez
por enxergar na outra pessoa essa mesma paixão, apesar de que com
outras cores..
Felizmente
fui educado com valores que considero essenciais, apesar, de na
prática, presenciar distorções, esquecimentos ou mesmo ignorância
a respeito.. Essencialmente, o respeito..
Tá
bom, confesso.. Desrespeito muitas mães e pessoas ao acompanhar meus
jogos..
Mas
nada pessoal.. apenas desabafos da minha própria incapacidade de,
ativamente, alterar algo que julgue de insatisfatório (injusto) com
meu amor..
Como
disse, não nasci assim, fui educado..
'festa, mas olhar desinteressado'
Sim,
um destes
acima sou eu, nascido que fui em berço tricolor..
Como
este registro, orgulho de meu avô, demonstra..
Na
minha leitura, (interessada, óbvio) demonstra é minha
incompatibilidade, incompreensão, falta de tesão, por aquele
sentimento que me tentaram (fazer) incorporar..
Meu outro avô era Corinthiano.. mas
apesar da admiração a ele, não foi o cupido..
Na
minha visão, o grande culpado seria o Netão, primo de meu pai e tio
por opção..
Responsável
por um dos bares do Estádio Municipal de Sorocaba, CIC, passava em
casa nos finais de semana para pegar eu e meus irmãos, e nos levar
para acompanhá-lo..
Atendendo
à antiga 'turma do amendoim', dava muitas risadas com suas
'intervenções'..
Falta-me
pesquisa sobre o ano exato disso.. só
sei que era algo em torno de
88 a 91..
Mas
me resta lembranças do Azulão na elite paulista.. como do
Brasileirão de 90.. Em
que já vibrava com as
cores de hoje, preto e branco.. E
ironicamente a final seria entre o que não me encantava
e o que me seduzia..
'olhar interessado, em festa'
Daí
começam outras lembranças, tão significativas quanto, além
de mais vivas..
Nem
precisaria lembrar que os anos seguintes foram de testamentos, né.. Enquanto
minha (majestosa)
casa explodia de felicidade com suas conquistas.. Torcia
contra, sim, e muito..
Mas conseguia, depois de vencido, ficar feliz.. Não
pela conquista, mas pela
felicidade alheia..
Era
1993, e enfim ia pela primeira vez num estádio ver o Corinthians..
Um
amigo de meu pai, sabedor da oposição que fazia em casa, resolveu
ajudar.. Não
podia ser diferente.. contra
a paixão de minha casa, na nossa casa, o Paca.. E
como a Corinthianidade deve sempre ser testada, foi daquele jeito.. Goleiro
expulso e atacante tentando fazer milagres em seu próprio gol.. Partida
perdida, mas a sensação de que aquilo me agradava mesmo..
Em
1995, então,
fim de
meu primeiro período de desafios.. pela opção de reptar, amar..
Vêm
os títulos, reconhecimentos e toda essas concretizações que
esperamos ao torcer..
E com
a idade, especialmente de 98
a 2000, vêm também as
movimentações atrás dessa paixão..
Ir de
Sorocaba a São Paulo tornou-se rotina.. mas pude também conhecer
outros palcos conhecidos.. Como
o (agora antigos) Maracanã e o Mineirão.. ambos por torneios
internacionais..
Realmente,
muita novidade
para mim até então..
Especialmente,
a comoção de multidões apaixonadas.. Tanto
para seus deslocamentos espaciais.. Como os deslocamentos de suas personagens sociais.. Para, naqueles momentos, serem, 'apenas', Corinthianos e Corinthianas..
Mais
tarde moraria em São Paulo.. aí os estádios se tornaram meus
quintais..
'DALE, a torcida'
Em
2005, durante um período em Pernambuco, acompanhei o novo título,
velho contestado..
E
longe de tanta rivalidade, perceber quanta alegria um esporte poderia
propiciar, além de mim..
Já
em 2007, quanto
sofrimento ele também poderia trazer.. mas acima disso, quanto
orgulho..
E até
por isso, no ano seguinte, acampei novamente em meus quintais..
Em
2009, então, nova provação.. me mudo para a Serra Gaúcha..
e,
por óbvio, seria, e continuo sendo, questionado por contestações
que fogem minha alçada..
E
digo,
até consegui comover algumas pessoas próximas, gaúchas ou não, em
2012..
Assistindo
a final continental.. Inicialmente, em sua maioria, torcendo contra.. Mas
como eu, que me alegrava ao ver a felicidade alheia, ao final,
parabenizavam..
Porém,
como já disse, adoro uma discussão saudável e fervorosa.. e assim
tem sido..
Pois
não sou alienado para com a podridão que assola, predominantemente,
o futebol..
Não
gosto, repudio.. e o que estiver ao meu alcance para contestar
e mudar, farei.. Seja
nas instituições ou nas pessoas que as representam, dirigindo ou
torcendo..
Assim
como não deixo me alienar de outros assuntos por conta do esporte..
E
tenho opinião formada a muitos assuntos que, 'dizem', não nos
interessar..
Mas
não nos venham tirar o direito de comemorar, sorrir ou chorar, pelas
nossas paixões..
Para
lhes situar um pouco mais de onde piso, recorro a fragmentos dos
agradecimentos de minha dissertação, em que descrevo alguns
episódios que me instigaram a pensar sobre o tema da experiência em
movimento: ________________
'Movimentando-se' (Foto: Bernardo Ramos)
Penso
comigo que este trabalho não nasceu durante o processo de Mestrado,
mas muito antes, apesar de nele ter sido consumado. Por isso, para
ser justo com minha história, precisaria rememorar situações
anteriores que me fizeram pensar a respeito desse tema, quando
somente viajava. Mas já percebia quanto valioso era para mim cada
uma daquelas experiências.
Obviamente,
muitas viagens aconteceram, e muitas pessoas conheci ao longo delas,
mas tentarei resumir todas as outras em momentos que me foram
significativos, e duradouros, mas que sem as demais talvez nem
tivessem acontecido, por isso o agradecimento antecipado as pessoas e
lugares que se sentirem esquecidos.
Primeiro,
a minha vó
e
vô
maternos,
saudosos,
que
recebiam a mim e meus irmãos durante as férias de verão em
Tremembé, e que com o auxílio de meus tios, tias, primos e prima,
me mostravam que o mundo não era, somente, uma selva de pedras,
apesar de muitas ladeiras e árvores para se cair.
Segundo,
ao meu tio,
que desde esses tempos de finais de ano em Tremembé, alimentava
minha imaginação com histórias de sua vivência em terras
estrangeiras, fosse com as histórias que trazia nestas datas, como
com o desconhecido que eu imaginava e vislumbrava, mas só ele sabia
que vivenciava ao longo do correr dos anos.
Terceiro,
aos meus tios e padrinhos
que me possibilitaram, logo cedo, perceber a imensidão deste país,
e das culturas que ele carrega, levando meus primos, irmãos e eu,
numa aventura inigualável pelas estradas do Nordeste afora.
Quarto,
a minha família de intercâmbio, Davis,
e seus filhos, meus irmãos, que me receberam tão abertamente,
demonstrando que muito poderia aprender com outras culturas, mesmo
que essas não fossem pra mim um modelo, por, justamente, serem as
pessoas que as fazem, e não, somente, o contrário. E, além das
outras pessoas que por lá conheci, agradeço ao meu tio Bob,
que em sua baia de caminhão me apresentou metade daquele país.
Quinto,
ao Guilherme
e
Fernanda,
que numa curta, mas intensa viagem, me possibilitaram a perceber e
assumir a paixão pelo acaso e a imprevisibilidade que um
deslocamento pode suscitar.
Sexto,
as famílias Calixto
e Gomes
(família Coco Raízes
de Arcoverde),
que me receberam de braços e corações abertos, durante uma
experiência vivida em Pernambuco, e me mostraram quão simples e
espontânea pode ser a felicidade. São tantos, e tão
significativos, mas tento agradecê-los através de Seu Damião e
Lurdes Calixto (Painho
e Mainha),
Francisco (Tio
Assis)
Calixto; Cicero (Ciço)
Gomes; e alguns de seus progênitos, Ilma (Pecom)
e Iran
Calixto, e François
Gomes.
"Nada de maluco, era só sabedoria.."
'Família Raízes no Cordel'
Tudo
isso e mais um tanto que ficou de fora, como minha estadia em São
Paulo e Caxias do Sul, para estudos, ou outras viagens a lazer, não
seria possível sem a presença e suporte da minha família, que
agora dedico este espaço. [...]
Para
agradecer o Programa de Pós-Graduação, enfoco nas pessoas, pois
são elas que o faz ser o que é. Através do Mestrado, tive o prazer
e privilégio de conhecer muitas pessoas, e de todas elas, com maior
ou menor intensidade, concordando ou discordando, pude apreender e
crescer, pessoal e academicamente, fosse em sala de aula ou não. E
para elencar todas não teria memória ou espaço, então novamente
resumo a algumas, esperando que as outras pessoas não se sintam
menos importantes nesse meu processo. Mas para começar, como não
falar de Regina,
nossa angelical cicerone,
que desde os primeiros contatos (ainda de São Paulo), já
demonstrava ser essa pessoa carinhosa, solícita e amiga que
confirmou ser, aqui, pessoalmente.
Ressalto
também os professores que convivi no meu primeiro ano, ainda como
ouvinte, que são: Prof.
Rizzon,
que me acolheu como filho e me fez questionar sobre a psique, o Prof.
Brambatti
que em aulas individuais esforçava-se a me fazer compreender a base
sociológica, e a Prof.
Su Gastal,
que nesse primeiro ano, pacientemente, só me ouvia balbuciar, mas
que ao longo de todo o processo, além de me instigar a pensar a,
complexa, ciência contemporânea, tornou-se uma grande amiga, além
de mestra, e, hoje em dia, me ouve, talvez, até demais. E não
esquecendo todos os outros professores do Programa, agradeço a Prof.
Cappelano,
que com toda sua finesse,
lançou uma pergunta que até hoje tento responder: “E daí?!”
As
amizades e contribuições que afloraram com o corpo discente do
Programa são muitas e não tentarei exauri-las. Mas
aqui
representadas [...]
Como
disse no início, todas essas relações foram significativas dentro
do processo que vivenciei e que resume-se nesta dissertação. Mas
duas, aliás, três relações foram essenciais para que chegasse até
aqui: com meu orientador, o Prof.
Rafa Santos,
que como um irmão, e amigo, experiente, me conduziu com paciência,
respeito e sabedoria ao longo desta caminhada; com minha
co-orientadora, a Prof.
Lili Stanisçuaski,
quecom
seu espírito artista, contribuiu com sua vasta experiência de
contadora de histórias e exímia etnógrafa; e a saudável e
construtiva relação entre nós três. Sobre esses dois, não
consigo pensar em palavras que resumam minha admiração e gratidão.
[...]
________________
Alguns
nomes e trechos foram alterados ou suprimidos do texto original, como
podem perceber.. Mas por serem mais pessoais e não diretamente ligados ao propósito que
agora tentam cumprir.. de mostrar algumas inquietações pessoais a
respeito do tema, e que, provavelmente, estarão direta ou
indiretamente presentes em minhas narrativas aqui no espaço..
Ainda
sou novo neste ambiente, apesar de tê-lo estudado, então ainda não
imagino como se dará muita coisa por aqui, mas, e até por isso,
deixo canal aberto para sugestões, críticas, dúvidas ou qualquer
forma de relacionamento que seja saudável para ambas as partes..
Este blog é um
experimento.. mas não como num trabalho científico.. Experimenta falar de
viagens.. mas não somente espaciais, vulgo, turísticas..
Tentará abarcar momentos
de movimentos não somente desse blogueiro que escreve..
Como de outras pessoas
que estejam dispostas a compartilhar suas experiências..
Mas antes de continuar,
tentarei responder a pergunta que um grande amigo faria:
“De onde estou
pisando?!”
'Quebrando o gelo'
____________________
Donde piso?!
Sou
um turismólogo.. e, academicamente, me direcionei na pesquisa da
experiência turística..
Encarando
o turismo como um fenômeno
que desloca indivíduos de seu cotidiano espaço e tempo, e
possibilita momentos de estranhamento, de confrontamento dramático
entre seus conhecimentos prévios e a realidade a sua frente.. como
na vida..
Questionando
a compreensão
de uma experiência turística a partir de suas estruturas físicas e
fixas, sendo as personagens principais e cognoscentes de todo esse
processo, pessoas com suas próprias diretrizes significativas e
relações espaço-temporais diante das diferentes realidades que
experienciar, conforme suas próprias bagagens de vida..
Afinal,
somos
pessoas em movimento, em pensamento, geograficamente, socialmente
(presencialmente, ou não), seja através do tempo ou do espaço, e
assim nos formamos, nos identificamos, ou não, com as diferentes
situações que podemos nos defrontar através dessa
caminhada ao longo da vida, que como sugere Susana Gastal, seria a
nossa maior jornada, viagem..
Mas,
repito,
este não é um experimento científico, então tentarei não
dissertar a respeito..
E,
sim, encarar um novo momento de movimento na minha vida, de carregar
essa bagagem acadêmica adquirida, para um novo espaço de relações
e interações, a blogosfera..
Para,
assim, poder escapar da objetividade prática, partidarizada, que a
academia propõe, e discorrer sobre qualquer assunto que sinta
interesse, pessoal, subjetivo, inspiracional e/ou, até, objetivo,
sem ter que responder à alguma metodologia, logicamente, explicada e
reconhecida pelo campo científico..
Posso
até, vez ou outra, tentar 'dialogar' com a academia através deste
espaço, mas somente se o momento pedir ou propiciar um movimento
desse.. assim como a idéia central deste espaço.. de refletir sobre
momentos de movimentos, ou os movimentos que cada momento propicia..
As
pessoas que tiverem alguma inclinação em refletir sobre as
significâncias que uma experiência pode carregar, ou mesmo as que
não sentirem essa necessidade (para mim uma alegria) de reflexão,
sintam-se bem-vindas..