sexta-feira, 3 de maio de 2013

Agradecimentos..

Para lhes situar um pouco mais de onde piso, recorro a fragmentos dos agradecimentos de minha dissertação, em que descrevo alguns episódios que me instigaram a pensar sobre o tema da experiência em movimento:
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'Movimentando-se' (Foto: Bernardo Ramos)


Penso comigo que este trabalho não nasceu durante o processo de Mestrado, mas muito antes, apesar de nele ter sido consumado. Por isso, para ser justo com minha história, precisaria rememorar situações anteriores que me fizeram pensar a respeito desse tema, quando somente viajava. Mas já percebia quanto valioso era para mim cada uma daquelas experiências.

Obviamente, muitas viagens aconteceram, e muitas pessoas conheci ao longo delas, mas tentarei resumir todas as outras em momentos que me foram significativos, e duradouros, mas que sem as demais talvez nem tivessem acontecido, por isso o agradecimento antecipado as pessoas e lugares que se sentirem esquecidos.

Primeiro, a minha e maternos, saudosos, que recebiam a mim e meus irmãos durante as férias de verão em Tremembé, e que com o auxílio de meus tios, tias, primos e prima, me mostravam que o mundo não era, somente, uma selva de pedras, apesar de muitas ladeiras e árvores para se cair.

Segundo, ao meu tio, que desde esses tempos de finais de ano em Tremembé, alimentava minha imaginação com histórias de sua vivência em terras estrangeiras, fosse com as histórias que trazia nestas datas, como com o desconhecido que eu imaginava e vislumbrava, mas só ele sabia que vivenciava ao longo do correr dos anos.

Terceiro, aos meus tios e padrinhos que me possibilitaram, logo cedo, perceber a imensidão deste país, e das culturas que ele carrega, levando meus primos, irmãos e eu, numa aventura inigualável pelas estradas do Nordeste afora.

Quarto, a minha família de intercâmbio, Davis, e seus filhos, meus irmãos, que me receberam tão abertamente, demonstrando que muito poderia aprender com outras culturas, mesmo que essas não fossem pra mim um modelo, por, justamente, serem as pessoas que as fazem, e não, somente, o contrário. E, além das outras pessoas que por lá conheci, agradeço ao meu tio Bob, que em sua baia de caminhão me apresentou metade daquele país.

Quinto, ao Guilherme e Fernanda, que numa curta, mas intensa viagem, me possibilitaram a perceber e assumir a paixão pelo acaso e a imprevisibilidade que um deslocamento pode suscitar.

Sexto, as famílias Calixto e Gomes (família Coco Raízes de Arcoverde), que me receberam de braços e corações abertos, durante uma experiência vivida em Pernambuco, e me mostraram quão simples e espontânea pode ser a felicidade. São tantos, e tão significativos, mas tento agradecê-los através de Seu Damião e Lurdes Calixto (Painho e Mainha), Francisco (Tio Assis) Calixto; Cicero (Ciço) Gomes; e alguns de seus progênitos, Ilma (Pecom) e Iran Calixto, e François Gomes.

"Nada de maluco, era só sabedoria.."


'Família Raízes no Cordel'


Tudo isso e mais um tanto que ficou de fora, como minha estadia em São Paulo e Caxias do Sul, para estudos, ou outras viagens a lazer, não seria possível sem a presença e suporte da minha família, que agora dedico este espaço. [...]

Para agradecer o Programa de Pós-Graduação, enfoco nas pessoas, pois são elas que o faz ser o que é. Através do Mestrado, tive o prazer e privilégio de conhecer muitas pessoas, e de todas elas, com maior ou menor intensidade, concordando ou discordando, pude apreender e crescer, pessoal e academicamente, fosse em sala de aula ou não. E para elencar todas não teria memória ou espaço, então novamente resumo a algumas, esperando que as outras pessoas não se sintam menos importantes nesse meu processo. Mas para começar, como não falar de Regina, nossa angelical cicerone, que desde os primeiros contatos (ainda de São Paulo), já demonstrava ser essa pessoa carinhosa, solícita e amiga que confirmou ser, aqui, pessoalmente.

Ressalto também os professores que convivi no meu primeiro ano, ainda como ouvinte, que são: Prof. Rizzon, que me acolheu como filho e me fez questionar sobre a psique, o Prof. Brambatti que em aulas individuais esforçava-se a me fazer compreender a base sociológica, e a Prof. Su Gastal, que nesse primeiro ano, pacientemente, só me ouvia balbuciar, mas que ao longo de todo o processo, além de me instigar a pensar a, complexa, ciência contemporânea, tornou-se uma grande amiga, além de mestra, e, hoje em dia, me ouve, talvez, até demais. E não esquecendo todos os outros professores do Programa, agradeço a Prof. Cappelano, que com toda sua finesse, lançou uma pergunta que até hoje tento responder: “E daí?!”

As amizades e contribuições que afloraram com o corpo discente do Programa são muitas e não tentarei exauri-las. Mas aqui representadas [...]

Como disse no início, todas essas relações foram significativas dentro do processo que vivenciei e que resume-se nesta dissertação. Mas duas, aliás, três relações foram essenciais para que chegasse até aqui: com meu orientador, o Prof. Rafa Santos, que como um irmão, e amigo, experiente, me conduziu com paciência, respeito e sabedoria ao longo desta caminhada; com minha co-orientadora, a Prof. Lili Stanisçuaski, que com seu espírito artista, contribuiu com sua vasta experiência de contadora de histórias e exímia etnógrafa; e a saudável e construtiva relação entre nós três. Sobre esses dois, não consigo pensar em palavras que resumam minha admiração e gratidão. [...]
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Alguns nomes e trechos foram alterados ou suprimidos do texto original, como podem perceber.. Mas por serem mais pessoais e não diretamente ligados ao propósito que agora tentam cumprir.. de mostrar algumas inquietações pessoais a respeito do tema, e que, provavelmente, estarão direta ou indiretamente presentes em minhas narrativas aqui no espaço..

Ainda sou novo neste ambiente, apesar de tê-lo estudado, então ainda não imagino como se dará muita coisa por aqui, mas, e até por isso, deixo canal aberto para sugestões, críticas, dúvidas ou qualquer forma de relacionamento que seja saudável para ambas as partes..

'Indefinível horizonte'

2 comentários:

  1. Gostei da ideia do blog, mas acho que mesmo depois de 3 anos ainda não estou pronta para encará-lo de frente.
    Ler este post me bateu uma nostalgia permeada por uma angústia indescritível e quiçá indecifrável. (In)Felizmente nossos momentos se movimentam e geram novos momentos. Me restou uma bela lembrança de dias divertidos, mas nem por isso pouco sofridos nesse tal bloco 46 e em caxias. Saudades de tudo!

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    1. Olá Mulé!!! Quanta saudades de ti e de nossas conversas (e do teu café tbm, rsrs).. Estou, justamente, tentando me desgarrar de Caxias e do 46.. apesar de ainda ter dificuldades em assumir que o momento passou e que preciso me movimentar.. rsrs..
      Mas, aproveitando, deixo o convite para tu colaborar com esse espaço quando quiser.. rsrs.. o canal está aberto.. Até!!

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