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'Movimentando-se' (Foto: Bernardo Ramos)
Penso
comigo que este trabalho não nasceu durante o processo de Mestrado,
mas muito antes, apesar de nele ter sido consumado. Por isso, para
ser justo com minha história, precisaria rememorar situações
anteriores que me fizeram pensar a respeito desse tema, quando
somente viajava. Mas já percebia quanto valioso era para mim cada
uma daquelas experiências.
Obviamente,
muitas viagens aconteceram, e muitas pessoas conheci ao longo delas,
mas tentarei resumir todas as outras em momentos que me foram
significativos, e duradouros, mas que sem as demais talvez nem
tivessem acontecido, por isso o agradecimento antecipado as pessoas e
lugares que se sentirem esquecidos.
Primeiro, a minha vó e vô maternos, saudosos, que recebiam a mim e meus irmãos durante as férias de verão em Tremembé, e que com o auxílio de meus tios, tias, primos e prima, me mostravam que o mundo não era, somente, uma selva de pedras, apesar de muitas ladeiras e árvores para se cair.
Segundo,
ao meu tio,
que desde esses tempos de finais de ano em Tremembé, alimentava
minha imaginação com histórias de sua vivência em terras
estrangeiras, fosse com as histórias que trazia nestas datas, como
com o desconhecido que eu imaginava e vislumbrava, mas só ele sabia
que vivenciava ao longo do correr dos anos.
Terceiro,
aos meus tios e padrinhos
que me possibilitaram, logo cedo, perceber a imensidão deste país,
e das culturas que ele carrega, levando meus primos, irmãos e eu,
numa aventura inigualável pelas estradas do Nordeste afora.
Quarto,
a minha família de intercâmbio, Davis,
e seus filhos, meus irmãos, que me receberam tão abertamente,
demonstrando que muito poderia aprender com outras culturas, mesmo
que essas não fossem pra mim um modelo, por, justamente, serem as
pessoas que as fazem, e não, somente, o contrário. E, além das
outras pessoas que por lá conheci, agradeço ao meu tio Bob,
que em sua baia de caminhão me apresentou metade daquele país.
Quinto,
ao Guilherme
e
Fernanda,
que numa curta, mas intensa viagem, me possibilitaram a perceber e
assumir a paixão pelo acaso e a imprevisibilidade que um
deslocamento pode suscitar.
Sexto,
as famílias Calixto
e Gomes
(família Coco Raízes
de Arcoverde),
que me receberam de braços e corações abertos, durante uma
experiência vivida em Pernambuco, e me mostraram quão simples e
espontânea pode ser a felicidade. São tantos, e tão
significativos, mas tento agradecê-los através de Seu Damião e
Lurdes Calixto (Painho
e Mainha),
Francisco (Tio
Assis)
Calixto; Cicero (Ciço)
Gomes; e alguns de seus progênitos, Ilma (Pecom)
e Iran
Calixto, e François
Gomes.

"Nada de maluco, era só sabedoria.."

'Família Raízes no Cordel'
Tudo isso e mais um tanto que ficou de fora, como minha estadia em São Paulo e Caxias do Sul, para estudos, ou outras viagens a lazer, não seria possível sem a presença e suporte da minha família, que agora dedico este espaço. [...]
Para
agradecer o Programa de Pós-Graduação, enfoco nas pessoas, pois
são elas que o faz ser o que é. Através do Mestrado, tive o prazer
e privilégio de conhecer muitas pessoas, e de todas elas, com maior
ou menor intensidade, concordando ou discordando, pude apreender e
crescer, pessoal e academicamente, fosse em sala de aula ou não. E
para elencar todas não teria memória ou espaço, então novamente
resumo a algumas, esperando que as outras pessoas não se sintam
menos importantes nesse meu processo. Mas para começar, como não
falar de Regina,
nossa angelical cicerone,
que desde os primeiros contatos (ainda de São Paulo), já
demonstrava ser essa pessoa carinhosa, solícita e amiga que
confirmou ser, aqui, pessoalmente.
Ressalto
também os professores que convivi no meu primeiro ano, ainda como
ouvinte, que são: Prof.
Rizzon,
que me acolheu como filho e me fez questionar sobre a psique, o Prof.
Brambatti
que em aulas individuais esforçava-se a me fazer compreender a base
sociológica, e a Prof.
Su Gastal,
que nesse primeiro ano, pacientemente, só me ouvia balbuciar, mas
que ao longo de todo o processo, além de me instigar a pensar a,
complexa, ciência contemporânea, tornou-se uma grande amiga, além
de mestra, e, hoje em dia, me ouve, talvez, até demais. E não
esquecendo todos os outros professores do Programa, agradeço a Prof.
Cappelano,
que com toda sua finesse,
lançou uma pergunta que até hoje tento responder: “E daí?!”
As
amizades e contribuições que afloraram com o corpo discente do
Programa são muitas e não tentarei exauri-las. Mas
aqui
representadas [...]
Como
disse no início, todas essas relações foram significativas dentro
do processo que vivenciei e que resume-se nesta dissertação. Mas
duas, aliás, três relações foram essenciais para que chegasse até
aqui: com meu orientador, o Prof.
Rafa Santos,
que como um irmão, e amigo, experiente, me conduziu com paciência,
respeito e sabedoria ao longo desta caminhada; com minha
co-orientadora, a Prof.
Lili Stanisçuaski,
que
com
seu espírito artista, contribuiu com sua vasta experiência de
contadora de histórias e exímia etnógrafa; e a saudável e
construtiva relação entre nós três. Sobre esses dois, não
consigo pensar em palavras que resumam minha admiração e gratidão.
[...]
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Alguns
nomes e trechos foram alterados ou suprimidos do texto original, como
podem perceber.. Mas por serem mais pessoais e não diretamente ligados ao propósito que
agora tentam cumprir.. de mostrar algumas inquietações pessoais a
respeito do tema, e que, provavelmente, estarão direta ou
indiretamente presentes em minhas narrativas aqui no espaço..
Gostei da ideia do blog, mas acho que mesmo depois de 3 anos ainda não estou pronta para encará-lo de frente.
ResponderExcluirLer este post me bateu uma nostalgia permeada por uma angústia indescritível e quiçá indecifrável. (In)Felizmente nossos momentos se movimentam e geram novos momentos. Me restou uma bela lembrança de dias divertidos, mas nem por isso pouco sofridos nesse tal bloco 46 e em caxias. Saudades de tudo!
Olá Mulé!!! Quanta saudades de ti e de nossas conversas (e do teu café tbm, rsrs).. Estou, justamente, tentando me desgarrar de Caxias e do 46.. apesar de ainda ter dificuldades em assumir que o momento passou e que preciso me movimentar.. rsrs..
ExcluirMas, aproveitando, deixo o convite para tu colaborar com esse espaço quando quiser.. rsrs.. o canal está aberto.. Até!!